terça-feira, dezembro 12, 2006

Crítica: 007 Casino Royale

Tendo acabado de ser promovido, o Comandante Bond expõe-se demasiado numa missão, no início da sua carreira como 00 ("double-o"), envolvendo os serviços secretos britânicos num pequeno escândalo internacional que poderia ter custado o sucesso da missão e terminado a sua carreira como 007. O escândalo é esquecido e a missão continua. Desta feita, Bond (Daniel Craig) tem que conseguir caçar o chamado "banqueiro dos terroristas", Le Chiffre (Mads Mikkelsen), tentando fazê-lo pela sua fraqueza: o jogo. Le Chiffre (que se traduz do francês como "O Número", não por acaso) anda a apostar o dinheiro dos terroristas e James Bond tenciona usar isso a seu favor, não só para caçar Le Chiffre como também para chegar ao topo da cadeia.


Começando muito mais frio e calculista, o novo James Bond surpreendeu, mostrando-se mais impiedoso e menos discreto. Desta vez com uma figura mais próxima de um lutador de boxe, Bond acaba por usar mais o corpo e menos as armas. Este novo filme da série 007 fascinou por fugir ao óbvio. Desprezando-se quase completamente as habituais engenhocas, este filme diferenciou-se dos outros por parecer muito mais realista no desenrolar da história, independentemente dos efeitos, pois James Bond é retratado como mais susceptível às suas próprias falhas e a um mundo muito mais difícil de ser dominado, chegando a sofrer mais que em qualquer das histórias anteriores. Clichés como "salvo no último segundo" são usados com maior contenção, não deixando o filme desagradavelmente previsível. Como em qualquer filme de 007, não podia faltar o romance, que teve uma influência muito forte no decurso da história. Vesper Lynd (Eva Green) é uma figura a trabalhar para os serviços secretos num estatuto não operacional, acabando por ganhar um papel importante na missão, sendo ela a Bond Girl de destaque.
Casino Royale é a primeira história da colecção 007, da qual nada antes havia sido passado para o grande écran senão o título na paródia homónima de 1967, dirigida por Ken Hughes.

Não faltaram também o humor sarcástico geralmente carregado de teor machista e os momentos em que M (Judi Dench) e James Bond entram em colisão, intercalados com momentos que mais lembram uma mãe a acolher o filho pródigo no regresso a casa.
O resultado final foi um filme muito bom, acção q.b. e suspense. Valeu bem o custo do bilhete e das pipocas.


Vesper Lynd: It doesn't bother you; killing all those people?
James Bond: Well I wouldn't be very good at my job if it did.

2 Comments:

Blogger B. said...

Filme que desencadeou uma discussão brutal no meu círculo de amigos (ou quadrado de amigos?...não me lembro agora se a mesa era redonda ou quadrada). Tudo por isso mesmo que escreveste, por fugir ao óbvio e não ser o típico 007. Eu gostei e pronto. Só uma correcção (desculpa lá mas não deixo escapar estas coisas), não é "involvendo os serviços secretos" mas sim envolvendo :D Don't worry, estes erros até te dão algum charme ;)

terça-feira, dezembro 12, 2006 6:08:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ainda nao vi o filme mas a maioria do pessoal com quem falo tem gostado. Mais uma crítica aqui que me faz ter que ir ao cinema... ;)

quarta-feira, dezembro 13, 2006 12:24:00 da tarde  

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